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ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO - ARRANJO FISICO - LAYOUT



TIPOS DE ARRANJO FÍSICO 



1 – INTRODUÇÃO


É importante que qualquer empresa por menor que seja, venha a estudar, avaliar e reavaliar a localização e o layout adequado para sua implantação.
Escolher de maneira correta um arranjo físico é de extrema importância, pois um erro pode impactar diretamente nos custos de produção e consequentemente aumentando os investimentos para uma real mudança, causando até mesmo uma falência na organização, em consequência de um mau planejamento. Por isso, há uma preocupação ao estudar o arranjo físico e sua localização.
Difícil de verificar em longa duração preocupa-se com a localização física e dos recursos a ser modificado, o arranjo físico determina como o processo irá fluir e a forma e a aparência que a organização terá.
Um bom arranjo físico proporciona: segurança, conforto para os colaboradores, aperfeiçoa o uso do espaço, caso haja uma necessidade, se torna fácil o processo de mudanças, dentre outras qualidades em um planejamento adequado.
Existem vários tipos de arranjo físico, mas em especial serão abordados nesse trabalho o posicional, de processo, o celular, o de linha e o misto que consiste na utilização de mais de um arranjo físico.
Portanto questões como qualidade, custo, serviços públicos, preservação, tratamento de efluentes, zona livre de comercio, transportes, climas, impactos ambientais e dentre outras considerações são imprescindíveis para as empresas virem a tomar uma decisão da localização do seu arranjo físico.

2 - LOCALIZAÇÕES REFERENTES

A decisão para a instalação de um processo é uma condição de grande relevância para uma organização, pois uma escolha errada do local poderá afetar em elementos internos e externos, tais como a capacidade de disputar com seus concorrentes, ou até mesmo pertinente aos custos operacionais de maneira geral.
Além de se tornar algo caro por suas consequências, torna-se dificultoso e custoso para serem revertidas, desse modo, terá que se moldar aquela localização e conviver aquele meio por um longo tempo, por isso é de grande dimensão para um
administrador ter uma visão sistêmica dado ponto almejado, avaliando e reavaliando cautelosamente, todas as possíveis consequências de uma escolha mal sucedida.   

2.1 – FATORES RELEVANTES NAS DECISÕES DE LOCALIZAÇÃO

É preciso reconhecer os aspectos que tenham consequências nos fins estratégicos dos negócios, sendo assim, inúmeros fatores aparecerão para afetar na resolução da localização.
Alguns tipos de operações precisam que seus arranjos físicos sejam localizados próximos aos seus agentes, qualificados de suprimentos, a exemplo de garimpo, pesca ou extrativismo, por ser necessário processar a matéria prima em apenas algumas horas para não se deteriorar, ou por ser um insumo muito volumoso, aumentando assim os custos com transportes.
Existem algumas empresas que precisam observar sua localização com visão em mão-de-obra de baixo custo, e ou qualificadas, observando cada talento daquela região, para dessa forma atuar de maneira competitiva no mercado de trabalho.
Atualmente existe uma preocupação muito grande com o meio ambiente, um mau planejamento nos arranjos físicos das empresas, pode trazer consequências, a exemplo da mineradora em Mariana Minas Gerais, aconteceu um rompimento na barragem, ocasionando o maior derramamento de lama, devastando uma comunidade, tragédia que poderia ter sido evitada se os gestores olhassem os aspectos importantes para uma implantação de uma organização, se preocupando com os impactos ambientais ocasionados por eles.

3 - TIPOS DE ARRANJO FÍSICO

Existem diferentes tipos de arranjos físicos, os quais estão direcionados a uma determinada relação de eficiência e correlação entre os mais diversificados tipos de produto e a sua origem na produção nas múltiplas organizações.

3.1 - ARRANJO FÍSICO POR PROCESSO OU FUNCIONAL

É um tipo de arranjo que se configura em unir relativamente a um determinado local, todos os tipos de ferramentas necessárias e processos similares. Dessa forma, esse tipo de layout, busca os diversos meios de processos de cada espaço, em que são posicionados próximos uns dos outros. Esse arranjo ocorre por ter uma variação muito grande nesse setor, tornando-se os fluxos mais intensivos.
São muito aplicados em lojas de varejo, hospitais, sistemas fabris e dentre outros tipos de organização.



As vantagens em se utilizar esse tipo de arranjo são:

Ampla flexibilidade para se atender as transformações no mercado, de modo geral desconsiderando planos de equilíbrio e eventuais gargalos para decompor o processo de fabricação. Bom tipo de motivação, exigindo mão de obra particularizada e transformada. Atende a produtos diversificados em abundâncias variáveis ao mesmo tempo, consentindo que mais de um tipo de modelo e produto seja fabricado simultaneamente.
Menor investimento para instalação; Quando equipamentos similares são agrupados diminui os custos de instalações.
Maior margem do produto; Isso acontece para agregar valores, essa contribuição não advém do tipo do arranjo físico e do tipo do produto.

Diferente aos benefícios a esse tipo de arranjo segue suas desvantagens

Necessidade de deslocamento por distancias maiores devido à procura de produtos, visto que os processos não estão localizados na melhor sequencia.
Redução menor de custo fixo em função de menor expectativa de produção, que deve estar disponíveis em função da sua necessidade.
Dificuldade de balanceamento devido a constante alteração do produto, a dificuldade em balancear e programar o trabalho é maior, a fim de se estabelecer que essa atividade seja executada em intervalos curtos de tempo, às vezes diariamente.

3.2 - ARRANJO FÍSICO POR PRODUTO OU EM LINHA

Foi através de Henry Ford em 1939 que surgiu a ideia de linha de produção.
Nesse arranjo, todo maquinário e equipamentos são instalados de acordo com a sequência de montagem, sem caminhos alternativos para o processo produtivo, permitindo obter um fluxo rápido na fabricação de produtos padronizados.  Sua disposição pode ser feita tanto em linha reta, como em U ou em S.
É muito utilizado nas indústrias, como por exemplo, na montagem de automóveis, aparelhos eletrônicos, nas indústrias alimentícias, frigoríficos, serviços de restaurantes por quilo.



As vantagens nesse tipo de arranjo são:
Probabilidade de produção em quantidade e grande produção;
Simples balanceamento de produção;
Fácil controle na produção.

Porem suas desvantagens segue:
Aplicação elevada nas máquinas;
Monotonia nos operários, devido a um trabalho repetitivo.
Falta de agilidade da própria linha, ocasionando uma demora a responder uma mudança de volume;
Paralisações e subordinações aos gargalos, podendo suspender toda uma linha por conta de uma operação.

3.3 - ARRANJO FÍSICO CELULAR

Segundo Peinado e Graeml (2007) o arranjo físico Celular baseia-se em arrumar em um só lugar, máquinas e processos que tenham a capacidade de produzir o produto inteiro, através dos métodos necessários. Com isso garantindo a diminuição do tempo, aumentando a velocidade do sistema e agregando maior flexibilidade no mesmo. Vale ressaltar que este tipo de arranjo físico consiste em agregar os benefícios do arranjo físico por processo, com a do arranjo físico por produto.
Esse tipo de layout não esta restrito as indústrias, mas também Identificados em diversos tipos de organização, por exemplo, feiras e exposições em geral, lanchonetes de supermercados, shopping de lojas de fábricas, a maternidade de um hospital, escritório, loja de departamento, dentre outros.



As vantagens de escolha para esse tipo de arranjo são:
Boa relação entre custo e versatilidade em operações com flexibilidade mais ou menos alta;
Duração de passagem é acelerada;
Trabalho em grupo;
Maior satisfação no trabalho;
Diminuição no estoque.

Quanto às desvantagens é possível destacar:
Alto custo para reconfigurar arranjo físico original, com instalações elétricas, hidráulicas e reformas.
Resulta na necessidade eficácia adicional;
Reduz nível de utilização dos recursos;
Específico para uma família de produto;
Equipamentos ociosos.

3.4 - ARRANJO FÍSICO POSICIONAL

O arranjo físico posicional, ou por posição fixa, compreende uma estrutura em que o produto ou pessoa, os quais passarão por processo de transformação, ficam estacionários em um determinado local por comodidade, devido ao grande transtorno de movê-los no decorrer das etapas dos processos. Sendo assim, o objeto da operação a ser transformado, mantêm-se fixo em uma determinada posição e todos os agentes que terão o papel de transformação acabam se deslocando ao seu redor, concretizando os processos pertinentes a agregação de valor.
A grande utilidade desse modelo de arranjo, a maioria das vezes é em referência ao grande porte dos produtos produzidos, os quais não se enquadrariam em outra forma de arranjo de maneira satisfatória. Como grande exemplo de utilização desse layout é o setor da construção civil, sob o fato de que as edificações são construídas em um ponto fixo, totalmente planejado, se tornando impossível o seu remanejo a outro local, sendo assim, os operários e responsáveis técnicos trabalham em torno da obra.
 Além da construção civil, existem outras áreas que compõem esse modelo de arranjo, como a produção de aeronaves, construção naval, assim como em unidades de terapia intensiva (UTI), restaurantes convencionais (o alimento vai até o cliente que se encontra sentado),  construção de uma rodovia, além de outras que se enquadrem nessa mesma perspectiva de layout.    



As principais vantagens desse arranjo são:
Ocorre a possibilidade de terceirização de grande parte do projeto utilizado, ou totalmente, em perdidos de tempo estabelecido.
Não ocorre a movimentação do produto a ser construído, devido ao grande volume e peso.
Em muitos casos, se utilizam altas tecnologias da informação, como por exemplo: construção de aviões, navios, pontes.

As principais desvantagens na utilização desse arranjo são:
Tempo elevado na produção dos produtos, gerando assim pequena escala e baixo grau de padronização, visto que um produto é raramente igual a outro. 
Elevado grau de controle da mão de obra e supervisão, ferramentas e de mão de obra.
O Custo unitário dos produtos é elevado.

3.5- ARRANJO FÍSICO MISTO

O Layout combinado, é a mistura dos tipos de arranjos, com o intuito de adequar às necessidades que a empresas tenham, podendo ser utilizado vários tipos de layout, sempre almejando o melhor para os processos. Essa combinação tem o objetivo de aproveitar as vantagens de cada arranjo, e assim dando forma um novo tipo.
 Pode existir um arranjo físico para cada área da organização, como por exemplo, um hospital, que normalmente seria arranjado por processo, cada departamento representando um tipo particular de processo, no entanto, dentro de cada departamento, diferentes tipos de arranjo físicos são utilizados, o departamento de radiologia é arranjado por processo e o laboratório de processamento de sangue, por produto.
Existem duas técnicas para se criar o layout híbrido, que são as máquinas múltiplas, onde o trabalhador pode operar várias máquinas distintas ao mesmo tempo, com o objetivo de atingir um fluxo por produto e a tecnologia de grupo, nessa técnica não se extingue a um colaborador, com uma maneira específica de escolher o serviço a ser executado.


4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Uma empresa sempre almeja a lucratividade, e o layout é uma ferramenta que aperfeiçoa o processo produtivo ou serviço, melhora o aproveitamento do tempo e constrói processos mais práticos de movimentação de materiais. Portanto, o planejamento do layout é algo imprescindível para uma empresa que busca sempre melhorar sua qualidade de produtos e serviços, e é muito importante para aqueles que desejam reduzir custos, minimizar desperdícios e diminuir a perda de tempo. Além disso, quando bem planejado o layout proporciona facilidade de manuseio de ferramentas e materiais, para espaço para as máquinas de forma que seja necessário ampliar o espaço físico, e ainda leva a um aumento na capacidade produtiva.
O planejamento do arranjo físico visa aperfeiçoar os processos, reduzir às perdas e garantir local adequado de trabalho as funcionários, e deve ser levado em conta o tipo de produto, processo de produção, volume de produção, entre outros fatores. Pois é através da análise deles que será determinado qual o tipo mais adequado. No entanto, os tipos básicos de layout nem sempre atendem as necessidades da organização, pois isso se faz necessário à utilização de mais de um tipo em determinadas empresas, para que combinados, os tipos de arranjo físico possam contribuir para o melhoramento dos processos.




REFERÊNCIAS


CORRÊA, Henrique L.; CORRÊA Carlos A. Administração de Produção e operações: manufatura e serviços: uma abordagem estratégica. São Paulo: Atlas, 2012.

PEINADO, Jurandir e REIS, Alexandre Graeml. Administração de Produção: operações industriais e de serviços. Curitiba: UnicemP, 2007. 4, p. 197-226

KRAJEWSKI, Lee J.; RITZMAN L e MALHOTRA M. Administração de Produção e Operações. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.

ARRANJO FÍSICO.  Artigo de Alexandre Diniz. Disponível em:
<https://www.researchgate.net/publication/303633787_Estatudo_do_arranjo_fisico_o_caso_do_gargalo_de_producao_na_manufatura_de_maquinas_de_costura>. Acesso em: 06/05/2017.

ARRANJO FÍSICO. Módulo de Rodolpho Antonio Mendonça Wilmers. Disponível em: <http://adm.online.unip.br/img_ead_dp/27465.PDF>. Acesso em: 06/05/2017.

ARRANJO FÍSICO. Trabalho de Rogério Simões Griffo. Disponível em: <http://wwwp.feb.unesp.br/abilio/Textos/Exemplo%20de%20Arranjo%20fisico.pdf>. Acesso em: 13/05/2017.

TESE ARRANJO FÍSICO.  Procedimento para Projeto de Arranjo Celular. Disponível em: <file:///D:/Arquivos/Downloads/Tese_AnaRitaArgoud.pdf>. Acesso em: 25/05/2017.

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